
Os bancos Itaú e Unibanco assinaram um contrato para a união das duas instituições, criando o maior grupo financeiro do hemisfério sul. Segundo o Itaú, a união é fruto de negociação sigilosa de 15 meses.
A cidade de Cruzeiro possui hoje uma agência do Itaú na Rua 3 e outra do Unibanco na Rua 2. A Amsted Maxion, segunda maior empresa do município, mantém as contas de salários de seus colaboradores no Unibanco.
Até poucos dias atrás o Banco Itaú negociava com o empresário Dagoberto Pereira, a instalação de uma nova agência regional nas antigas instalações da Organização Cruzeiro (hoje Dicico). Já o Unibanco chegou a negociar com o empresário Batista Belchior, a locação do antigo prédio da Drogavale, (hoje Droga-Raia).
De acordo com cálculos da consultoria Economática, o banco formado pela combinação dos ativos dessas duas instituições será a quarta empresa em valor de mercado da América Latina, atrás apenas da Petrobras, da Vale e da mexicana América Móvil. Em 31 de outubro, o valor de mercado de Itaú e Unibanco juntos seria de US$ 41,323 bilhões.
Segundo a consultoria, a empresa resultante da fusão tem ativos superiores aos do Banco do Brasil. O banco fica na nona posição do ranking dos maiores bancos de capital aberto por ativos dos Estados Unidos e América Latina, com US$ 324,041 bilhões.
O Banco do Brasil fica em 10º lugar, com US$ 261,639 bilhões em ativos. Já o Bradesco figura em 12º, com US$ 220,815 bilhões, e Santander em 15º no ranking de ativos entre os maiores bancos de capital aberto dos EUA e América Latina, com US$ 171,410 bilhões.
CONTROLADORA - De acordo com comunicado enviado à imprensa, será criada uma nova controladora (holding) não financeira e o controle do novo banco será compartilhando entre Itaúsa (holding do Itaú) e Unibanco. Até o fim de setembro, Itaú Unibanco holding tinha lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e patrimônio líquido de R$ 51,7 bilhões.
Os presidentes do Itaú, Roberto Setubal, e do Unibanco, Pedro Moreira Salles, anunciaram ontem o plano de integração entre as duas instituições.
A nova holding, denominada Itaú Unibanco Holding S.A (a atual é Itaú Holding Financeira), contará com 4,8 mil agências e 14,5 milhões de clientes, o equivalente a 18% do mercado e 19% do volume de crédito do sistema financeiro brasileiro.
O total de depósitos, fundos e carteiras administradas chegará a 21% do mercado. A participação no mercado de seguros será de 17% e no de previdência privada, de 24%. Essa nova holding terá operações de corporate que somam R$ 65 bilhões, atendendo dois mil grupos econômicos, ativos sob gestão de R$ 90 bilhões na área de private bank e R$ 575 bilhões em ativos, o que representará a maior instituição financeira do Hemisfério Sul.
COMPETIVIDADE - As duas instituições afirmam que é importante o movimento de fortalecimento de grandes empresas com o objetivo de aumentar a capacidade competitiva, "a exemplo do que ocorre em outros setores da economia". "A instituição terá a agilidade necessária para aumentar a presença do Brasil no cenário internacional."
O Conselho de Administração do Itaú Unibanco Holding será composto por 14 membros, sendo seis deles indicados pelos controladores da Itaúsa e pela família Moreira Salles. Os demais oito membros do conselho serão independentes. De acordo com as instituições financeiras, o presidente do Conselho de Administração do novo grupo será Pedro Moreira Salles e o presidente-executivo será Roberto Setubal.
"Para propiciar uma transição eficiente e eficaz será criado um Comitê de Transição no Itaú Unibanco Holding que definirá a forma e o ritmo de integração entre as operações do Itaú e o do Unibanco", informaram as duas instituições, acrescentando que as operações e negócios realizados com clientes, credores e fornecedores não sofrerão nenhuma alteração. "O Itaú e o Unibanco continuarão operando no Brasil e no exterior, nos moldes atuais."
A associação contemplará uma reorganização societária, com migração dos atuais acionistas do Unibanco Holdings e Unibanco, mediante incorporações de ações, para uma companhia aberta, a ser denominada Itaú Unibanco Holding, atual Banco Itaú Holding Financeira.
O controle dessa holding, por sua vez, será compartilhado entre a Itaúsa e os controladores da Unibanco Holdings, por meio de holding não financeira a ser criada no âmbito da reorganização. A conclusão da reorganização societária depende da aprovação do Banco Central e das demais autoridades competentes.
Além disso, o Itaú e o Unibanco informaram que as assembléias para deliberar sobre a união dos bancos serão realizadas "entre a última semana de novembro e a primeira de dezembro". Em fato relevante, as instituições financeiras informaram que o tema será levado aos acionistas assim que forem concluídos os laudos de avaliações contábeis e a mercado.
AÇÕES - A relação de troca na união de Itaú e Unibanco será de 1,7391 Unit do Unibanco para cada ação do Itaú. As relações de troca para as demais ações são as seguintes, sempre na comparação com uma ação do Itaú: 1,1797 ON (UBBR3); 1,1797 ON Unibanco Holdings (UBHD3); 3,4782 Unibanco PN (UBBR4); 3,4782 Unibanco Holdings (UBHD6) e 0,17391 GDR do Unibanco.
Antes da realização das operações societárias previstas, a Itaúsa transferirá para o Banco Itaú Holding Financeira a participação societária por ela detida no Banco Itaú Europa, pelo valor aproximado de R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 550 milhões através da emissão de ações ordinárias (ON) do Banco Itaú Holding Financeira (21 milhões de ações) e o restante em dinheiro. Essa transferência não alterará as relações de troca, diz o fato relevante.
A quantidade de ações detidas, direta e indiretamente, pela Itaúsa, concluída essa operação, será incrementada em 8,3%. A emissão de ações preferenciais (PN) e ON totalizará 1,120 milhão de ações, que equivale a 27,4% da quantidade total de ações do Itaú Unibanco Holding.
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